quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A Cidade Murada - Ryan Graudin


Olá pessoas, venho hoje para contar sobre um livro que, apesar de eu ter amado, estava muito resistente, não dava nada pela história e olha, me surpreendi e ficará marcado!

A história se passa em Hak Nam e é inspirada em fatos históricos verdadeiros de Kowloon em Hong Kong.
A cidade murada conhecida por ter a habitação dos traficantes, prostitutas, pobres, mendigos, ladrões, ganges e etc.
Para sobreviver naquele lugar a regra era correr, não confiar nas pessoas e ter algum objeto para se defender como uma faca...


Temos duas histórias que se cruzam e os personagens se tornaram principais:
Jin e Mei Yee são irmãs cujos pais pobres, onde sua mãe sofria maus tratos do pai que muito cachaceiro judiava dela, como elas eram mulheres e pequenas frágeis não faziam nada, somente apanhavam. A crise chegou e a única escolha de seu pai foi vender uma delas e então vendeu Mei Ye, a mais bonita das filhas, para um poderoso Cafetão e chefe de uma casa de meninas mais respeitado e perigoso da cidade murada. Digo perigoso, porque Longwai, o chefe, possui uma irmandade que trabalha pra ele fazendo as ilegalidades, envolvidos com tráficos de drogas e de crianças.

Assim vemos pelos olhos de Mei Yee a vida dela e das outras crianças prostituídas obrigatoriamente, sonhos de sair, de vida melhor, de liberdade, saudades de casa, companheirismo da mesma desgraça, esperança de uma oportunidade de escapar...


Sua irmã Jin é uma guerreira, lutadora. Não aceitando o ocorrido foge e tenta resgatar sua linda irmã. Já com dois anos que vive na rua da cidade murada, convivendo com sujeira, ratos, mofos, baratas, mas a esperança de reencontrá-la nunca morre. Já entrou em todos os bordeis da cidade a procura dela, exceto na mais perigosa e precisa de arrumar um jeito de entrar lá.
Seu companheiro fiel: um gatinho de rua, tão faminto quanto ela. Jin para poder durar mais nos becos perigosos teve que se disfarçar esse tempo todo de menino e tinha a vantagem de correr muito rápido assim roubava e nunca era pega.

Nos seus olhos sentimos a desgraça que vivia, os sentimentos de esperanças. Em cada linha dá pra sentir o cheiro ruim dos escombros em que era sua casa, o desespero de fugir a cada roubo para sua sobrevivência. 


Jin me chamou muita atenção pela vontade enorme de viver, de encontrar sua irmã, de ter uma vida boa. Sua esperteza adquirida com a ocasião e solidariedade com um simples animalzinho que se tornou sua companhia. É difícil até imaginá-la como menina depois de tudo que vimos que passou, não querendo colocar mulher como muito frágil, mas o cenário sendo muito cruel e ela sobreviver a tanto.

Como tinha dito, a história de Jin se esbarra na de Dai, que vindo de uma vida misteriosa necessita de provar a culpa do mesmo cafetão, isso para limpar sua barra de uma situação que ocorreu ha dois anos atrás.
Ele observa Jin, pensa que é um menino esperto e tenta se aliar a ela pra entrar no bordel. É a chance que precisava para conseguir lá procurar sua irmã.
Ambos escondem sua história, seus segredos e com o tempo verão que o destino os colocou juntos para salvar a todos.
Dai também encontra com Mei Yee pela janela do seu quarto e dá a ela esperança de fugir se agisse como espiã lá dentro.

Uma história emocionante, linda e chocante por saber que foi baseada na cidade murada de Kowloon, um lugar que existiu na china, considerada uma favela vertical, onde em 1987 tinha cerca de 33 mil pessoas moradores em um espaço de 0,3 km² e o forte era a prostituição e tráfico de drogas como ilustra este esplendido livro. Lá também era refúgio de bandidos, salteadores e drogados. A polícia de Hong Kong não era autorizada a entrar para cuidar dessas questões e a china não fazia caso.
Fiquei boquiaberta por saber desta história e perceber quão pouco tempo isso ocorreu. Somente em 1993/1994 houve a destruição e construção de um parque no local.

Adorei ter lido, divertido e viajado nesta história, muito mais por tomar conhecimento desta parte da história da china.

Abaixo uma foto da cidade verdadeira:



Pesquise mais, um pouco de conhecimento histórico cai bem!  
;)

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