sexta-feira, 22 de julho de 2016

Perdida - Tabitha suzuma


Olá pessoas,

Trouxe o segundo livro da maratona literária que estou participando.

Duas mãos segurando uma rosa em meios a arame farpado, os dizeres: Como uma coisa tão errada, pode parecer tão certa?

imagem de livros empoeirados
Neste segundo livro escolhido o tema era de livros empoeirados na nossa estante que sempre deixamos a sua leitura pra depois. É, quem lê constantemente sabe como isso acaba sendo um problema, então foi uma ótima oportunidade de acabar com pelo menos um desses livros que empurramos pra depois.



Vamos à história: Lochan e Maya são irmãos inseparáveis. Ele fará 18 anos e ela já tem 17 e juntos cuidam dos seus 4 irmãos menores. São na verdade os responsáveis pala casa, roupa, comida, escola e também são responsáveis pra proteger sua família da assistente social não descobrir como estão vivendo e podendo os separar e enviar para adoção.

"(...) Lochan nunca se pareceu com um irmão. Nem um caçula chato, nem um irmão mais velho mandão. Ele e eu sempre nos relacionamos de igual para igual. fomos os melhores amigos um do outro desde que nos entendemos por gente. Compartilhamos um vínculo mais estreito que a amizade a vida inteira. "


Sua mãe separou de seu pai, e este arrumou outra família e nunca mais os procurou, sendo uma decepção para todos. Ela sempre diz que nunca queria ter filhos, que gosta de se divertir, namorar, comprar e beber.

Lochan vive em uma opressão, pois terá que ir para faculdade e não quer se separar de seus irmãos, Tem uma fobia social, em que não consegue conviver, conversar com pessoas da sua idade. Com adultos é ok, o problema são adolescentes. Isso o atrapalha no desenvolvimento de trabalhos na escola, Suas notas são sempre as melhores, mas quando é para fazer apresentações vira a piada do dia.

Maya é forte, também responsável. Ciente que precisa manter sua família unida. Ajuda cuidar dos seus irmão, sabe que é super importante brincar com eles e manter uma conversa aberta. Deixa suas vontades de lado para oferecer o de melhor para eles. É como uma mãe.

O drama do livro rola em cima de sentimentos que nascem entre os dois irmãos. Um conhece o outro muito bem, não precisam de falar, somente com o olhar o outro entende. Mas esse sentimento é tão intensificado pelas provações e medo de separação que da paixão passa para o amor. Mas não é um amor de irmãos, é amor com desejos.

"Sei que quaisquer que sejam as razões para nosso sentimento, por mais que eu tente justificá-lo, não muda nada: Lochan não pode ser meu namorado. Das bilhões de pessoas que habitam o planeta, ele é uma das pouquíssimas que não posso ter. E isso é algo que devo aceitar - mesmo que, como ácido num metal, esteja lentamente me corroendo por dentro."


Inicialmente tentam fugir do sentimento, tentam achar um outro alguém para substituir, mas tudo em vão, percebem que só o outro consegue preencher o vazio do coração. Porém sabem que amor entre irmãos é errado no seu país, seriam presos se cedessem ao desejo. E aí, o que fazer?

Nunca li um livro tão pesado em relação à drama. Por ser um assunto bem polêmico e não discutido normalmente, nos coloca em conflito. Os dois são tao bonitinhos um com o outro, um porto seguro, uma intimidade e amizade. A companhia de ambos eram sinônimo de felicidade. Mas por outro lado o medo de perder a família e ou um ao outro é tão intenso e bem escrito que acabamos por sentir junto com eles.

"Ele sempre foi tão mais do que apenas um irmão. Ele é minha alma gêmea, meu oxigênio, a razão pela qual espero com ansiedade pelo momento de acordar todos os dias. Sempre soube que o amava mais do que a qualquer pessoa no mundo - e não apenas de um jeito fraternal (...) Não somos doentios. Somos apenas um irmão e uma irmã que por acaso também são os melhores amigos um do outro."


A escrita como já disse antes é ótima, apesar de pesada devido ao drama. Bem descrito, bem claro os pensamentos.
As personalidades dos personagens foram bem criados, adoro isso.

Na verdade o fim da trama é uma decepção não só para o leitor como também para os personagens. Dá muita dó dos irmãozinhos e muita raiva da mãe vagabunda e irresponsável. Porém avaliando a trama toda, valeu muito a pena ler este livro. Esses personagens foram tão bem criados que acredito que vou demorar a esquecer. Maya, super doce, Lochan um homem perfeito (fora as crises de Pânico), a professora de inglês super esforçada, Kit irmãozinho de 15 anos, ciumento, rebelde. Tiffin e Willa, tipo um pacote de maritaca e Dru, a mais desprezada, tadinha.

"Juntos vamos conseguir, Juntos, somos fortes. Juntos, criamos uma família inteira. - As pessoas não podem nos separar! - exclamo, zangada. - Não podem, não podem! ou podem...?- De repente, percebo que não faço a menor ideia. Por mais que tomemos cuidado, há sempre a chance de sermos apanhados. Do mesmo modo como, por mais que encubramos o que a mamãe faz, a ameaça de alguém descobrir e alertar as autoridades aumenta a cada dia. Temos que tomar muito cuidado. (...) Um deslize, e a família inteira poderia desmoronar como um castelo de cartas. Um deslize, e poderíamos todos ser separados..."

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