quarta-feira, 6 de julho de 2016

A mais pura verdade - Dan Gemeinhart


Imagem da capa, o cão de um lado, uma rachadura no meio e o garoto do outro lado, percebe-se que ambos estão gritando. "uma história comovente, que vai fazer você querer abraçar bem forte o protagonista." quem disse isso foi Holly
Goldberg do livro Counting by

Olá pessoas!
Como prometido no último post trouxe o primeiro livro da maratona de inverno e amei o livro. Já tinha recebido várias indicações, mas enrolava para ler, a oportunidade surgiu e agarrei.

Vamos à linda história. Mark tem 12 anos, seria uma criança normal se não tivesse uma doença grave. Sofreu de câncer anos atrás e agora a doença voltou atrapalhando sua vida. Ele é decidido, esperto, mas por vários momentos achei ele idiota e inconsequente pelas decisões que fez.

Mark tem uma cachorrinho fofo que atende por Beau, é seu melhor amigo desde criança, o segue onde for, é seu fiel companheiro e também outra personagem nesta história é sua amiga Jessie, também desde sua infância são cúmplices um do outro em segredos, sentimentos e amizade.

Foto do monte Raivier com neve
A história se inicia com Mark fugindo para uma grande aventura, mas aos olhos dele uma grande realização de um sonho. Ele tramou tudo para que não fosse encontrado. Sabia que seus pais iriam botar a polícia para procurá-lo, mas não queria ser encontrado, não antes de realizar seu desejo que era escalar o monte Raivier, pois fez uma promessa ao seu falecido avô, seu herói.



Então, com uma mochila, alguns lanches, um caderno, lápis, uma câmera e seu melhor amigo Beau foi ao seu destino, não sabendo que encontraria alguns desafios pelo caminho, desafios este que poderia atrapalhá-lo a alcançar seu sonho.

A história é contada tanto por Mark em sua jornada, quando por Jessie sua amiga, que sabia pra onde ele estava indo, e estava com a decisão nas mãos de contar pra todos onde encontrá-lo ou esperar e deixar ele tentar alcançar seu sonho. Por várias vezes teve que se segurar pra não contar pra ninguém sobre o destino, lembrando que tinha que ser fiel ao seu amigo. Ela sabia que tem coisas que provam a sua fidelidade na amizade, pois ele confiou nela a saber todo o seu plano, ainda mais que a doença retornara.

O maior drama do livro e o que nos traz emoção é que Mark vivia dizendo que estava indo para a montanha não só realizar seu desejo, mas também morrer. Estava irritado com a ideia dele ter que morrer, sendo que todos iriam ter sua vida lá intacta, mesmo que sem ele.

"Jess havia guardado meu segredo. E daí? Ela tinha que guardar o segredo de onde eu ia morrer - mas era eu que teria que passar pela morte. Minha mãe nunca mais poderia me cobrir à noite, é claro. Mas eu nunca mais precisaria de calor. Meu pai se sentaria sozinho à mesa. Eu morreria sozinho numa tempestade de neve. Eles chorariam quando eu partisse, mas era eu quem partiria. Eles teriam todos os amanhãs do mundo para se sentirem melhor.
-Não é justo!- Gritei. O vento engoliu minhas palavras e as soprou com uma rajada de gelo."


Sua jornada esbarra com alguns moleques que o espancam, com uma doce garçonete, com três anjos cantoras, tempestades, fome, frio e um senhor do jipe. Nenhum deles foram capazes de fazê-lo desistir da péssima ideia de subir a montanha na tempestade que estava se formando, mesmo que estes não sabiam para onde ele ia.

Enfim, este livro tem bastante conflito interno deste personagem que sabe que seu tempo está acabando, por isso quem antes amava relógios, agora odeia o tempo.
Será que como irá morrer ele não poderia escolher? Por isso e por outras verdades fugiu.

Os sentimentos retratados aqui com esta criança com uma doença terminal são tocantes. Suas preocupações, sua vergonha da falta de cabelo, sua vida lhe tirada tão cedo antes de planejar um futuro.

A escrita é de fácil entender e entreter, leve e rápida. O personagem é encantador, tando ele quanto seu amiguinho de quatro patas e sua melhor amiga. Realmente dá vontade de pegá-los no colo e tirá-los daquela dor.

Agora, atenção: A imagem da capa é um cachorro de um lado, um corte no meio e do outro lado o garoto. Fiquei com tanto medo desta cena se tornar real (no livro) e acaba que chegou uma parte que me irritei tanto com Mark pela sua estupidez, poxa, se quer morrer, morra dignamente em casa com a família, não passando frio e fome e tem que levar seu cachorro junto para fazer "macaquisse". Registro aqui mesmo minha indignação pela estupidez, na hora tive vontade de fechar o livro e nem pensar no assunto mais, mas minha curiosidade foi maior e retornei à leitura e meu batimentos cardíacos voltaram ao normal. De quebra dei uma choradinha, tá. Foi uma choradona mesmo. Digo que valeu a pena a leitura e indico. Tem que ter adaptação para o cinema, seria o máximo.


"Isto é uma coisa que eu entendo: Tudo. Atravessar aquela montanha, dando passos na neve, era tudo de que eu precisava, Pensei e toda a minha doença, em toda a minha raiva, em todo o meu medo. Tudo aquilo era só a escuridão, só a tempestade. E eu me perdi nelas. Mas sempre há o outro lado da tempestade. E as pessoas que levam você até lá.

O mundo inteiro é uma tempestade, eu acho, e todos nós nos perdemos em algum momento. Vamos atrás de montanhas no meio das nuvens para que tudo pareça valer a pena, como se isso tivesse algum significado. E, às vezes, nós as encontramos. E seguimos em frente.

Eu segui em frente."


Imagem do capítulo três e meio.

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