terça-feira, 1 de novembro de 2016

Ensaio sobre a cegueira - José Saramago

Resultado de imagem para ensaio sobre a cegueira livroOlá pessoas!
Trouxe um livro hoje diferente, faz uma grande crítica à sociedade, então vamos logo para a história.


O livro inicia com um homem ficando cego do nada. Estava no transito, estressado devido o engarrafamento e com as pessoas e de repente não via mais nada. Uma alma boa foi ajudar, porém não sabia que era um ladrão já de olho no carro.

Logo após a mulher do primeiro cego o leva urgente no oftalmologista que passa eles na frente de seus pacientes. Percebe que este é um mal e que precisa ser investigado, tanto que em casa continua a estudar sobre o caso e de repente fica cego também. Assim esse doutor percebe que essa cegueira é contagiosa e se sente na obrigação de notificar sobre essas doenças aos órgãos competentes.

Inicialmente não deram muita ideia a isso, mas como todas as pessoas que entravam em contato com quem tinha ficado cego também cegava, a ordem a partir daí era ele se isolar na sua casa. Essa medida logo se transformou, pois o risco para a sociedade era muito grande, então o governo reuniu todas as pessoas cegas pelo "mal branco"  e as que entraram em contato em um local isolado.

Este lugar que ficaram reunidos era um manicômio, mas estava fechado e era grande o suficiente. Ficavam separados como alas. Uma parte ficava os cegos e a outra parte os que provavelmente se transformariam, e assim que ocorresse mudariam de ala.

Neste local onde nossos personagens começaram a viver tinham regras para melhorar a convivência em grupo, mas nem todos estavam de acordo. Inicialmente quando tinham poucas pessoas, eles se organizavam, se conheceram, mas quando aumentou a quantidade de pessoas era mais difícil de controlar todos. Algumas dessas regras era não se aproximar de guardas, não apagarem as luzes; se alguém morrer, os próprios moradores teriam que enterrar e se pegasse fogo os bombeiros não seriam chamados. Lendo assim parece que não iria pegar fogo ou alguém morrer. Mas fique sabendo que não foi uma ou duas mortes.

O pior do livro acontece quando começa a chegar cegos em massa e eles acabam atropelando tudo pela frente, uma vez que não vê nada a frente. Alguns morreram pisoteados. Como teve aumento da quantidade de pessoas o ideal seria que o alimento também aumentasse para todos poderem se alimentar, mas não foi o que aconteceu. E ainda havia chegado por último um grupo de cegos que aprenderam os alimentos e pediram pertences de valor em troca da alimentação.

Isso já foi uma grande sacanagem, mas a maior maldade ainda estava por vir. Quando não tinham mais nada de valor para roubarem daquela gente, pediram mulheres em troca. As mulheres teriam que se sujeitarem a deitar com uns 15 homens de uma vez, todos queriam todas para suas alas poderem receber alimentos. Essa parte foi a que me deu mais raiva.

Um detalhe muito importante dos fatos é que a mulher do doutor oftalmologista se fingiu de cega para poder o acompanhar até o local onde ele estaria enclausurado, e já havia passado semanas em contato com todos aqueles cegos e até então não tinha contraído a doença. Ela fingia que estava cega, era um segredo dela e de seu marido, por inúmeras razões preferiu esconder este fato.

Essa mulher foi uma das que foram obrigadas a ir com os homens a primeira vez e os detalhes contados por ela nos fez crescer um ódio e nela também, ainda mais que uma das mulheres não voltou viva.

Ela sabia que tinha que fazer algo para resolver a situação, pois estavam nas mãos daqueles safados, pervertidos. E aí que ela tomou a decisão de matar o cara, o chefão que controlava tudo por causa de uma arma de fogo. Ela entrou escondido no quarto deles, junto com outras moças para serem abusadas como ela foi e esperou uma mulher dar prazer a ele. No momento do prazer ela enfiou uma faca no pescoço e o matou.

Quando eles conseguiram sair daquele lugar através de um incêndio, perceberam que toda a cidade estava com a mesma doença (exceto a mulher do médico) e estava um caos, armazéns abandonados e invadidos. Cegos pela rua atrás de comida, deitados pelos cantos esperando o tempo passar, em grupos para não se perderem.

Enfim, concluímos que o autor fez uma crítica à sociedade que estavam estressados, sem humanidade com o próximo, como aconteceu no início onde teve o primeiro cego. Tiveram a cegueira branca e foram obrigados a aprender a ter amor para com o próximo e só quando perceberam que era isso que estava faltando a cegueira acabou.

Outra coisa interessante que achei deste livro, é que momento nenhum o autor deu nome aos personagens, ele sempre falava de um e de outro por referências, como a rapariga de óculos escuros, o menino estrábico, o doutor, a mulher do fósforo, o primeiro cego, o cego ladrão e etc.


"(...) se eu voltar a ter olhos, olharei verdadeiramente os olhos dos outros, como se estivesse a ver-lhes a alma, A alma, perguntou o velho da venda preta, Ou o espírito, o nome pouco importa, foi então que, surpreendentemente, se tivermos em conta que se trata de pessoa que não passou por estudos adiantados, a rapariga dos óculos escuros disse, Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos."

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